Enquadramento Histórico
A Evolução
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No princípio do Século XX a zona da Curia era ainda um despovoado, constituído por campos agrícolas, sulcados por pequenos regatos. O nome Curia terá surgido do facto de, na zona, se fazer a tradicional cura do linho, o que levou a que o sítio começasse a ser conhecido por Curaria, palavra que, com o uso, se terá contraído para Curia. No entanto, outras explicações são fornecidas, entre as quais a possibilidade da população procurar as águas para o tratamento de determinados males, sendo então a Curaria proveniente das Curas verificadas.
Em 1863, um engenheiro francês, de nome La Chapelle, que fazia parte da equipa de engenheiros e técnicos que dirigiam as obras ferroviárias da linha do Norte, como Bartissol, Eiffel, Girard, Lariol, entre outros, terá ensaiado com sucesso, por aplicação de águas da zona, o tratamento da doença de que padecia.
Os banhos que tomou nas ditas águas revelaram-se de tal modo eficazes, que a notícia passou a ser divulgada não só em Portugal mas também em França de onde era natural.
A partir daí, as populações locais começaram a procurar a zona, banhando-se num poço de água, construído para o efeito.
A iniciativa para aproveitar convenientemente estas águas partiu do então estudante de medicina, Luíz Navega, que na Universidade de Coimbra se relacionou com o Professor Charles Lepierre, na altura docente na Escola Industrial de Coimbra e químico de renome, conseguindo que ele fizesse um estudo profundo das águas da Curia tendo surgido em 1897 a ´´Análise Química das Águas Minero-Medicinais da Curia´´, sendo o primeiro trabalho acerca destas águas.
A partir desse momento, projectou-se a exploração das águas e, para isso, constituiu-se, com a participação de um grupo de notáveis locais, a Sociedade das Águas da Curia, SA e a construção do primeiro balneário, com estatutos aprovados em 24 de Fevereiro de 1900.
Em 31 de Dezembro de 1902 é atribuída à Sociedade a concessão da exploração das nascentes termais da Curia, por alvará régio subscrito pelo rei D. Carlos.